Filho dos empresários Moacir de Moura Ferraz e Clair Parnov Ferraz e irmão de Eduardo e Alexandre, Guilherme Parnov Ferraz nasceu e cresceu em Santa Maria. Sempre que podia ajudava a família no Bric Empório de Móveis, o qual seus pais eram proprietários.
Guilherme formou-se em História pela Universidade Franciscana (UFN) no início deste ano e cursava o terceiro semestre de Pedagogia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Em 21 de maio, ele iria completar sete anos de namoro com Jéssica Freitas Goulart:
– O Guilherme era divertido, engraçado, uma pessoa honesta, acolhedora, verdadeira e que não tinha maldade. Eu só agradeço por esses sete anos maravilhosos ao lado dele. Foi o grande amor da minha vida e estará sempre no meu coração – conta Jéssica.
O irmão mais velho, Eduardo, conta que ajudou a criar o jovem e guarda as melhores memórias dele. Guilherme era apaixonado por games e futebol, especialmente o Grêmio, e amava estar na companhia de seus amigos e de sua cachorrinha Zulema.
– Ele era uma pessoa de paz, querido por todos. Nos fazia rir com seu jeito engraçado de ver a vida. O piá guerreiro, lutou, mas lutou muito contra essa “gripezinha”, mas, infelizmente, dessa vez, não deu, mesmo com toda a dedicação dos profissionais do Hospital Regional. Sinto uma imensa dor por tua partida tão precoce e uma saudade imensa fica aqui, tua e do pai. Agora peço que vocês dois aí de cima cuidem de nós – relata Eduardo.
Guilherme faleceu aos 23 anos em 29 de abril de 2021, cerca de um mês após o pai também morrer, ambos vítimas da Covid-19. Ele foi sepultado no dia seguinte no Cemitério Ecumênico Municipal.
Maria Tereza Marchionatti Fontoura (27/02/1963 – 16/05/2021)
Filha mais nova do casal descendente de italianos João e Maria Marchionatti , Maria Tereza Marchionatti Fontoura nasceu em Cruz Alta, em 27 de fevereiro de 1963. Ao lado de sete irmãos, passou a infância e a adolescência em uma propriedade na área rural, onde aprendeu desde cedo com o trabalho na lavoura a ter determinação para a vida.
Com 20 anos, casou-se com Rafael Souza Fontoura, com quem compartilhou a vida por 38 anos. Desta união nasceram duas filhas, Danielle e Gabriele, e dois netos, o amoroso Arthur, hoje com 10 anos, o qual esteve morando sempre com a avó até a sua partida, e o pequeno Joaquim, com 3 anos. A família era a sua maior paixão, e praticamente tudo que ela fazia era pensando no bem-estar dos quatro.
Após anos trabalhando em atividades de casa e cozinha, buscou sua profissionalização como técnica em enfermagem. Já formada, ela atuou no Hospital Santa Lúcia, em Cruz Alta, e no Hospital Universitário de Santa Maria, trabalhou por mais de 10 anos na Unidade de Tratamento Intensivo, em uma rotina de dor, amor e caridade.
– Quem atuou com a Maria Tereza, carinhosamente chamada de “Tetê” pelos colegas, também se sentia um pouco “filho” dela, pela naturalidade que ela tinha na ação em se doar ao próximo, compartilhando dores das perdas e alegrias da cura, que também se estabelecia na UTI – afirma a filha Danielle.
Devota de Nossa Senhora de Fátima, foi uma mulher fé e de fibra. Superou até mesmo um câncer e um aneurisma cerebral em sua trajetória, mas não resistiu à Covid-19.
– Em vida, nossa lembrança eterna ficará o seu sorriso, carinho e o amor que ela manifestava a todos que necessitavam de auxílio. Agradecemos a todos amigos e profissionais de saúde que lutaram com ela pela cura, seremos eternamente gratos – acrescenta a filha.
Maria Tereza morreu aos 58 anos no dia 16 de maio, vítima de complicações decorrentes da Covid-19. Ela foi sepultada no Cemitério Municipal de Cruz Alta. A missa de sétimo dia será realizada na Igreja das Dores, neste sábado, 22 de maio, às 16h.